Depois de concluir várias fases anteriores, você pode ter finalmente obtido um ambiente com controles internos minimamente suficientes. Sua contabilidade reflete algo muito próximo da realidade de sua situação financeira. A dívida pode ter sido reestruturada e há alguma previsibilidade no seu fluxo de caixa.
Ao banir e punir os elementos nocivos que pertenciam ao seu modelo associativo, eliminando ainda outras associações prejudiciais à imagem e às finanças do clube, existe uma oportunidade real de contratar uma Big4 para realizar a auditoria externa do seu clube.
É necessário verificar se qualquer tipo de conflito de interesse foi criado durante as fases anteriores. Isso pode impedir que qualquer Big4 que anteriormente participou desse processo de transformação, possa também ser responsável pela auditoria anual das demonstrações financeiras.
Mas vou te contar um segredo nessa parte final!
Se um clube fez todo o dever de casa direito, ser auditado por um Big4 torna-se quase irrelevante. A menos que você possa equilibrar os efeitos de ganho na exposição da marca com os honorários mais caros de uma uma das grandes firmas internacionais do mercado, pode não valer a pena seguir nesse mantra “eu quero uma Big4”. Afinal, eles tendem a cobrar valores muito mais elevados do que as empresas de médio porte.
Em um cenário de alta conformidade, transparência e um conselho fiscal atuante e independente, a Big4 é a cereja do bolo. Tanto é que vários clubes importantes da Europa não contratam o Big4 como auditor externo. Alguns por razões óbvias, outros por uma simples opção de custo.
O que não se pode permitir é que esses exemplos europeus sejam usados por gerências amadoras caóticas, como temos observado com certa frequência.
Com um nível de transparência adequado, um clube de futebol transforma cada torcedor em um potencial fiscal, quase um monitoramento contínuo na prática.
Toda essa gritaria pela Big4 decorre da opacidade da gestão dos clubes brasileiros. combinada, é claro, com a ignorância técnica do torcedor, ou até mesmo desonestidade intelectual do torcedor ativista, integrante da fétida política do modelo associativo.
Espero que a essa altura, todos entendam o que é uma auditoria externa e qual é a real necessidade de clubes insolventes ou mal administrados.
Isso permitirá que suas reclamações e demandas sejam mais objetivas, eliminando a chance de gerentes charlatães usarem desculpas esfarrapadas.
Estou à disposição de todos para esclarecer qualquer tipo de dúvida. Usem minhas redes sociais ou a seção de comentários.