A venda de jogadores é uma constante na vida do torcedor do Fluminense. Puxando pela memória, as primeiras que eu lembro que me causaram alguma revolta foram as do Carlos Alberto (2004) e a do Marcelo (2006). Ambos jogaram muito pouco no profissional e foram prontamente vendidos. Antes desses dois, Roger Flores (2000) também foi vendido após um ano da volta a primeira divisão, mas nunca fui muito fã do seu futebol. Naquela época eu nem pensava em finanças de clube de futebol, bons tempos de alienação total.
Os leitores mais antigos devem lembrar de dúzias e mais dúzias de outros casos semelhantes ao longo de décadas, principalmente os que acompanham a base com mais atenção, o que não é o meu caso.
Mas notem que nos três casos exemplificados, o modus operandis é o mesmo até hoje. Jovens que despontam e tem mercado são prontamente vendidos. Algo que me faz até duvidar dessa narrativa de esforço de retenção de talentos, sempre desconfio que na verdade não apareceu comprador disposto a pagar aquele precinho camarada, nem um clube europeu de segunda linha para triangular uma venda para um rival nacional.
Mas isso não é uma mazela exclusiva do torcedor do Fluminense. Na verdade, depois que as redes sociais se popularizaram, percebemos que a imensa maioria das torcidas reclamam das vendas de seus clubes, em especial as dos jovens talentos.
E por incrível que pareça, sempre acham que um clube vende melhor que o seu. Salvo raríssimas exceções, é tudo muito parecido, apesar dos valores noticiados apresentarem alguns gaps.
Explicar o motivo pelo qual os clubes seguem realizando essas vendas é chover no molhado.
As vendas são inerentes ao modelo do negócio, então, mesmo que nossa futura liga não fosse composta por um monte de clubes pré-insolventes e com dívidas impagáveis, as vendas seguiriam ocorrendo, em todas as categorias do futebol, como é observado em ligas pelo mundo inteiro.
O volume de vendas num ano, desmontando times no meio de competições, se explica pela questão da pré-insolvência e da forma perdulária que alguns clubes operaram. E a justificativa para tantas vendas sempre remete a precária situação financeira herdada e a necessidade de fazer dinheiro para montar elencos com jogadores mais experientes, fora a petulância de alguns em dizer que isso tudo faz parte de um falso processo de saneamento.
Entram as famigeradas narrativas que essa iniciativa tem como objetivo combater.
As vendas não podem ser noticiadas refletindo a realidade dos fatos. Se as vendas por si só revoltam, independente do valor, a ira aumenta quando “descobrem” noticiam as quantia. Imaginem o efeito nefasto se essas noticias contassem tudo que é pertinente a essas transações e que é cinicamente omitido na imensa maioria dos veículos? A divulgação dessa vendas passou a fazer parte do mutiverso da enganação dos modelos associativos dos clubes brasileiros.
Hoje eu começo a divulgar um breve guia para antagonizar com essas narrativas. Não será muito longo, mas vai requerer sua divisão em 3 partes, incluindo essa.
A thread vai tratar de 10 pontos de análise que devem ser aplicados em vendas de atletas:
Até a próxima parte!
TERMOS DE USO
O conteúdo é proprietário e protegidos por direitos autorais.
Todos os direitos são preservados, conforme a legislação brasileira, principalmente na Lei de Direitos Autorais (regulamentada na Lei nº 9.610/18), assim como no Código Civil brasileiro (regulamentada na Lei nº 10.406/02), ou quaisquer outras legislações aplicáveis.
Adicionalmente, todos o conteúdo está licenciados sob CC BY-NC 4.0. Para ver uma cópia desta licença, visite http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
O uso não autorizado de qualquer material pode violar esses direitos. Em caso de dúvidas sobre o uso desse material, entre em contato com o autor.
Para maiores detalhes, clique aqui.